segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Quintino Lavor fez história em Cajazeiras!

Cajazeiras, antes do praga do bicudo, teve várias algodoeiras, como se chamava então as usinas de beneficiamento de algodão. Destaca-se a tradicional Galdino Pires e a multinacional SANBRA.
Esta foto que tirei tendo aos fundos a algodoeira do
 Seu Quintino Lavor, à época uma das grandes,
observem que esta época não havia a Avenida
Comandante Vital Rolim, a região não era objeto
de nenhum beneficiamento urbanístico.
No rol das grandes havia também a Usina de Quintino Lavor, grande e empreendedor empresário. Como diz máxima, Pai Rico, Filhos Pobres.
Lembro-me apenas de Itamar Lavor, bem mais velho que eu, e o Buru (acho que era assim que nós o chamávamos) mais ou menos da minha idade. O Buru era boa-praça, amigo e não se jactava do pai rico. Era meu amigo de Colégio Diocesano, benquisto e muito simpático.
Mas vamos nos deter na figura pitoresca do Itamar Lavor. Conta papai que, como filho de pai rico, ele esbanjava. Itamar tinha vários carros na garagem e todo dia de manhã tinha uma grande dor de cabeça, agora imagine qual? Risível, mas era o que se falava na época: escolher qual carro ia sair! Para quais compromissos? Não, nada empresarial, para ir tomar cachaça (força de expressão, claro que ele ingeria bebidas mais nobres).
Dr. Júlio Bandeira tirou o quinto
lugar com 234 votos, mas não
eleito por causa da legenda.
Itamar também se decidiu enveredar pelos caminhos da política. Foi candidato a vice-prefeito na chapa do candidato a prefeito Acácio Braga Rolim. Este fez bonito, perdeu para papai por apenas 218 votos numa disputa renhida, em que Raimundo Ferreira, considerado favorito, amargou um terceiro lugar (candidatos: Francisco Matias Rolim, Acácio Braga Rolim e Raimundo Ferreira, com respectivamente 2413, 2195 e 2120 votos). Já Itamar Lavor amargou um quarto lugar, bem abaixo do seu candidato a prefeito com apenas 1035 votos.
Júlio Marques foi eleito
em último lugar com
206 votos
Outra passagem que papai me relatou e que até o chateou. Na eleição anterior, em 1959, ele se encontra com Itamar na Praça João Pessoa numa roda de amigos. Itamar fazia prognósticos da eleição que avizinhava.  Ele fez declinou a relação dos eleitos, e, obviamente, como era candidato, se colocou entre os tais. E papai não fazia parte das relação dos eleitos e ele justificou: “Chico você vai ter uma boa votação, mas infelizmente não consegue”. Papai retrucou que seria não só eleito, mas teria a maior votação. Errou parcialmente, ficou em segundo lugar (310 votos) cedendo o primeiro lugar para o Dr. Vicente Leite Rolim com 337 sufrágios. E Itamar passou por uma suprema humilhação, não apenas não foi eleito com recebeu apenas três votos. Tá no site do Tribunal Eleitoral da Paraíba: Antônio Itamar Fernandes de Lavor (PTB).
Para encerrar a saga dos Lavor em Cajazeiras, não poderia jamais de registrar um favor que o velho Quintino Lavor prestou à papai. Um grande favor. De Cajazeiras eles se mudaram para Recife e por força do destino, papai foi ao Recife doente, não me lembro de que, mas era um mal contagioso, e, evidentemente, os hospitais não queriam recebê-lo, Seu Quintino tomou à frente e com o seu empenho foi arranjada uma colocação para papai. Além disso, o tempo que papai passou na capital pernambucana, no período de convalescença, recebeu uma prestativa atenção do velho amigo de Cajazeiras.

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