domingo, 14 de agosto de 2016

Itamar Lavor e sua trajetória política

Nesta minha foto tendo aos fundos a algo-
doeira Seu Quintino Lavor, à época uma
das grandes, observem que esta época não
havia a Avenida Comandante Vital Rolim, 
a região não era objeto de nenhum 
beneficiamento urbanístico.
 No apogeu do algodão, isto é an-tes da praga do bicudo que dizi-mou a nossa plan-tação de algodão, os ricos de ca-jazeiras eram Gal-dino Pires e Quin-tino Lavor, figuras benquistas da ci-dade e dono da usinas de benefi-ciamento de algo-dão.
  O velho Quintino Lavor era discreto e sempre voltado aos negócios.
   Dos seus filhos me lembro de Itamar Lavor, bem mais velho que eu, e Buru como era conhecido) mais ou menos da minha idade. O Buru era boa-praça, amigo e não se jactava do pai rico. Era meu amigo de Colégio Diocesano, um pouco tímido, mas era bem relacionado com todos os colegas.
    Itamar Lavor era uma figura pitoresca. Conta papai que  como filho de pai rico, ele esbanjava. Itamar tinha vários carros na garagem e todo dia pela manhã tinha uma grande dor de cabeça, agora imagine qual? Risível, mas era o que se falava na época: escolher qual carro ia sair! Para quais compromissos? Não, nada empresarial, para ir tomar cachaça (força de expressão, claro que ele ingeria bebidas mais nobres).
Acácio Braga Rolim
   Itamar também se decidiu enveredar pelos caminhos da política. Foi candidato a vice-prefeito na chapa do candidato a prefeito Acácio Braga Rolim. Este fez bonito, perdeu para papai por apenas 218 votos numa disputa renhida, em que Raimundo Ferreira, considerado favorito, amargou um terceiro lugar (candidatos: Francisco Matias Rolim, Acácio Braga Rolim e Raimundo Ferreira, com respectivamente 2413, 2195 e 2120 votos). Já Itamar Lavor amargou um quarto lugar, bem abaixo do seu candidato a prefeito com apenas 1035 votos.
 Vicente Leite
   Outra passagem que papai me relatou e que até o chateou. Na eleição anterior, em 1959, ele se encontra com Itamar na Praça João Pessoa numa roda de amigos. Itamar fazia prognósticos da eleição que avizinhava.  Ele declinou a relação dos eleitos, e, obviamente, como era candidato, se colocou entre os tais. E papai não fazia parte das relação dos eleitos, enumerados por ele, e ele justificou: “Chico você vai ter uma boa votação, mas infelizmente não consegue”. Papai retrucou que seria não só eleito, mas teria a maior votação. Errou parcialmente, ficou em segundo lugar (310 votos) cedendo o primeiro lugar para o Dr. Vicente Leite Rolim com 337 sufrágios. E Itamar passou por uma suprema humilhação, não apenas não foi eleito com recebeu apenas três votos. Tá no site do Tribunal Eleitoral da Paraíba: Antônio Itamar Fernandes de Lavor (PTB).
   Para encerrar a saga dos Lavor em Cajazeiras, não poderia jamais de registrar um favor que o velho Quintino Lavor prestou à papai. Um grande favor. De Cajazeiras eles se mudaram para Recife e por força do destino, papai foi ao Recife doente, não me lembro de que, mas era um mal contagioso, e, evidentemente, os hospitais não queriam recebê-lo, Seu Quintino tomou à frente e com o seu empenho foi arranjada uma colocação para papai. Além disso, o tempo que papai passou na capital pernambucana, no período de convalescença, recebeu uma prestativa atenção do velho amigo de Cajazeiras.


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